O Lixinho
Bonifácio é daqueles que param na
rua para ver o que jogaram no lixo. Um macaco coletor e parasita. Com
parcimônia, examina cada lixinho como se fosse preciosidade. Sempre há coisa s muito interessantes no lixo dos outros. Coisa s que aqueles não dão valor mas que para ele pode
ser uma preciosidade.
Engraçado que dias desse, olhando
o saco furado do lixo seco do comerciante da casa trinta e sete, cito à rua
Cabral, observou o metal brilhoso que chamava atenção.
Era uma barrinha de ouro, com que
certeza era.
Mesmo Bonifácio não tendo
interesse alguma com o vil metal, logo percebeu do que se tratava. Ouro mesmo. Quem
gosta de ouro é banco.
Claro que o interesse do
Bonifácio não foi abalado, ouro nenhum levaria seu sossego. A vida não era pra
ser ganha, era pra ser vivida, disso sabiam até as margaridas do seu quintal.
Colocou o ouro novamente no
saquinho furado, tendo trabalho de escondê-lo melhor, e se foi, faceiro e
farejante como chegou, e em busca de outros lixos
Ouro nenhum lhe tirava o sossego.
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