terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Lixinho

O Lixinho

Bonifácio é daqueles que param na rua para ver o que jogaram no lixo. Um macaco coletor e parasita. Com parcimônia, examina cada lixinho como se fosse preciosidade. Sempre há coisas muito interessantes no lixo dos outros. Coisas que aqueles não dão valor mas que para ele pode ser uma preciosidade.
Engraçado que dias desse, olhando o saco furado do lixo seco do comerciante da casa trinta e sete, cito à rua Cabral, observou o metal brilhoso que chamava atenção.
Era uma barrinha de ouro, com que certeza era.
Mesmo Bonifácio não tendo interesse alguma com o vil metal, logo percebeu do que se tratava. Ouro mesmo. Quem gosta de ouro é banco.
Claro que o interesse do Bonifácio não foi abalado, ouro nenhum levaria seu sossego. A vida não era pra ser ganha, era pra ser vivida, disso sabiam até as margaridas do seu quintal.
Colocou o ouro novamente no saquinho furado, tendo trabalho de escondê-lo melhor, e se foi, faceiro e farejante como chegou, e em busca de outros lixos

Ouro nenhum lhe tirava o sossego.


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