O Lixinho II
Bonifácio é
daqueles que param na rua para ver o que as pessoas jogam no lixo. Com calma, observa
lixinhos como se fossem preciosidades. Pode ter certeza de que sempre há coisa s muito interessantes no lixo dos outros. Para
uns, preciosidades; para outros, lixo mesmo.
E aconteceu
que um dia, olhando o saco furado do lixo seco do comerciante da casa trinta e
sete da Rua Cabral, observou um objeto brilhante que chamou a atenção.
Bonifácio não
tem intimidade alguma com o cobiçado metal, logo percebeu do que se tratava. Um
Ourinho! Era uma barrinha de ouro, com certeza era. Barra pesada, avaliou
Bonifácio.
Claro que o
interesse do Bonifácio não foi abalado, ouro nenhum levaria seu sossegado trote
de viver. A vida não era pra se ganha, era pra ser vivida, acreditava muito
mais nas margaridas que tinha no fundo do quintal do que no cobiçado ouro.
Colocou o ouro
novamente no saquinho furado tendo cuidado em escondê-lo melhor. E se foi,
faceiro como chegou, observando outros lixos.
Ouro nenhum
lhe tirava o sossego.
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