Bonifácio - A Festa à Fantasia
Bonifácio foi numa festa à fantasia e se tipificou de Palhaço. Pensou doze ou treze vezes se iniciava o trabalho com uma dose de uísque. Optou pela cerveja, e batatas fritas para rebater o malte. Da sua mesa, depois de alguns minutos, pode avistar a Mulher Maravilha sentada no outro extremo, sozinha. Viu que sua animação era tal e qual a dele. Pensou em se aprochegar, no mas, para uma conversa sobre a importância das festas à fantasia em plena destruição da mata amazônica, ou outro tema ligado às artes.
Acontece que a Bailarina Azul Cintilante, sorridente e na ponta dos pés, tomou conta da pista de apresentação, e por mais de duas horas envolveu a todos com seus passos acrobáticos, – ah, menos a Colombina que se retirou em protesto -. Era um balé moderno e bem sensual, mexia o ventre e os quadris com voluptuosidade jamais presenciada naquele local de primeiríssima qualidade. Uma mistura. O copo de Alexander não lhe escapou da mão nem quando o Pingüim a convidou para uma saída honrosa.
Bonifácio bebericou mais um pouco e voltou a pensar no uísque. A Mulher Maravilha estava fora do jogo, agora agarrada ao “Duas Caras”, inimigo do Batman, e aos beijos. A batata gosmenta esfriara na porcelana vagabunda e lascada nas bordas.
Quando o garçom passou, não teve dúvida: tequila, por favor. Dali para frente a coisa ficaria mais animada, tinha certeza disso. Recolocou o nariz de palhaço que estava esquecido no bolso. Antes do primeiro gole, e foi a última coisa que lembraria, pensou: Isaura que voltasse para a casa da mãe.
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